quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Teatro de Robertos Português




Originário da tradição europeia de marionetas de luva, que se julga ter tido a sua génese no Polichinelo da Comédia Dell’ Arte Italiana do séc. XVI, o Teatro de Robertos Português mantém as características próprias desta forma de Teatro tradicional. Tendo aparecido em Portugal no séc. XVIII, manteve-se quase inalterado até meados do séc. XX, altura em que entrou em decadência, muito por força da concorrência com formas mais contemporâneas de entretenimento popular.

O Teatro dos Robertos representa uma das tradições mais antigas das artes cénicas, não só na sua vertente portuguesa e europeia, mas também nos heróis populares do Oriente. De facto, não parece ser improvável que as tradições orientais tenham tido, de alguma forma, influência na evolução deste tipo tradicional de representação.

É durante o século seguinte que a deambulação de artistas, principalmente franceses e italianos, proporciona uma miscigenação neste tipo de teatro, estando a sua evolução intimamente relacionada com as especificidades culturais de cada país.

Interessa realçar a peculiaridade da ramificação, visto todas as personagens envolvidas possuírem “voz de palheta”. Em Portugal, o herói popular chega aos nossos dias com o nome de Dom Roberto, apesar de, no século XVIII, várias serem as designações para este teatro de fantoches. A prevalência deste nome está, porventura, ligada a uma comédia de cordel com grande repercussão, intitulada “Roberto do Diabo”, ou a um conhecido empresário de teatro de fantoches, Roberto Xavier de Matos. No entanto, apesar do teatro dos Robertos ter conhecido um assinalável êxito até, sensivelmente, à década de sessenta do século XX, não só através dos pavilhões que incorporavam as feiras e as romarias como também nas praias e cidades, sobrevive, hoje em dia, graças aos testemunhos que chegaram até nós de uma forma fragmentária e até mesmo controversa, deixados pelos mestres bonecreiros. Curiosamente, os bonecreiros adoptando, igualmente, uma vida de itinerância individual, pelas praias feiras e cidades do nosso país, divertem gerações de crianças.


Fonte: Fundação da Juventude http://www.brinquedossemfronteiras.com