quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

2007 NÃO TEM 29 DE FEVEREIRO!

SOBRE ANOS BISSEXTOS...


Em 238 a.C., em Alexandria, no EgiPto, durante a monarquia helenística de Ptolomeu III (246-222 a.C.), foi decretada a adição de um dia a cada 4 anos para compensar a diferença que existia entre o ano do calendário, com duração de 365 dias, e o ano solar (em astronomia chamado de ano astronómico sazonal) com duração aproximada de 365,25 dias, ou seja, de 365 dias + 6 horas.
Com este excesso anual de 6 horas um dia extra deveria ser acrescentado ao calendário oficial, a cada 4 anos, para evitar os deslocamentos das datas que marcavam o início das estações.
A programação das épocas de semeaduras e colheitas eram baseadas no calendário das estações. Qualquer discrepância neste calendário afetava a agricultura, que era base da economia dos povos antigos.


Lamentavelmente, esta tentativa de reformulação do calendário não teve a aceitação necessária e as discrepâncias permaneceram na contagem dos dias.


Quase 200 anos depois, o ano bissexto foi introduzido no calendário por Júlio César, que trouxe de Alexandria o astrónomo grego Sosígenes para elaborá-lo. Ele era necessário porque o tamanho do ano não era um número inteiro de dias.


O calendário Juliano baseia-se no fato de que o ano se completa com aproximadamente 365,25 dias.
Para compensar essa fração, foi decidido adicionar um dia extra a cada quatro anos. E que dia foi acrescentado? Pois foi o "dia sexto antes das calendas de Março", que o imperador mandou repetir. Passou, assim, a haver, cada quatro anos, um dia (agora vai em latim) "bis sextum ante diem calendas martii", e lá está o tal "bis sextum" que acabou virando "bissexto".
Esse calendário foi usado até o século XVI, quando se observou uma pequena discrepância entre o tamanho aproximado (365,25 dias) e o real (365,24219 dias).


Em 1582 o Papa Gregório XIII instituiu o calendário Gregoriano e as regras para determinar o ano bissexto mudaram. Foi considerado que o ano com final "00" de cada século (1600, 1700, 1800, 1900, 2000...) seriam considerados bissextos somente se fossem divisíveis também por 400. De facto, isto significou adoptar uma média no tamanho do ano de 365,2425 dias, o que causa um erro aproximado de 3 dias a cada 10.000 anos.


A adopção do calendário gregoriano foi feita nos países católicos em 1582, com a eliminação de 10 dias, ou seja, 4 de outubro foi seguido por 15 de outubro. Este calendário também estipulou que o ano começaria em primeiro de janeiro.
Nos países não católicos a mudança foi feita mais tarde; a Inglaterra e suas colónias fizeram a mudança em 1752, onde o dia 2 de setembro precedeu o dia 14 de setembro e o dia de ano novo foi mudado de 25 de março para primeiro de janeiro.


Todos os anos que sejam múltiplos de 4 mas que não sejam múltiplos de 100, com exceção daqueles que são múltiplos de 400, são bissextos.


Os anos bissextos sempre foram cercados de mitos e tradições. Uma das mais divertidas surgiu no século XIII, na Escócia. Num ano bissexto, eram as mulheres (e não, como de costume, os homens) que tinham o direito de escolher quem desejassem para marido. E se o escolhido não concordasse com o casamento, era obrigado a pagar uma multa de respeito.


Fonte: Pr.gov.br
Jornalfarroupilha.com.br
Thelisbongiraffe.typepad.com

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

26 DE FEVEREIRO * DIA DO COMEDIANTE

Apesar de o humor ser largamente estudado, teorizado e discutido por filósofos e outros, permanece extraordinariamente difícil de definir, quer na sua vertente psicológica quer na sua expressão, como forma de arte e de pensamento. Na verdade, o que é que o distingue de tantos outros aspectos do cómico, como a ironia ou a sátira?

A ironia é uma simulação subtil de dizer uma coisa por outra. A ironia não pretende ser aceite, mas compreendida e interpretada. Para Sócrates, a ironia é uma espécie de docta ignorantia, ou seja, ignorância fingida que questiona sabendo a resposta e orientando-a para o que quer que esta seja. Em Aristóteles e S. Tomás de Aquino, a ironia não passa de uma forma de obtenção de benevolência alheia pelo fingimento de falta de méritos próprios. A partir de Kant, assentando na ideia idealista, a ironia passa a ser considerada alguma coisa aparente, que como tal se impõe ao homem vulgar ou distraído.

Corrosiva e implacável, a sátira é utilizada por aqueles que demonstram a sua capacidade de indignação, de forma divertida, para fulminar abusos, castigar, rindo, os costumes, denunciar determinados defeitos, melhorar situações aberrantes, vingar injustiças… Umas vezes é brutal, outras mais subtil.

O humor é determinado essencialmente pela personalidade de quem ri. Por isso, pode-se pensar que o humor não ultrapassa o campo do jogo ou os limites imediatos da sanção moral ou social, mas este pode subir mais alto e atingir os domínios da compreensão filosófica, logo que o emissor penetre em regiões mais profundas, no que há de íntimo na natureza humana, no mistério do psíquico, na complexidade da consciência, no significado espiritual do mundo que o rodeia. Pode-se, assim, concluir que o humor é a mais subjectiva categoria do cómico e a mais individual, pela coragem e elevação que pressupõe. Logo, o que o distingue das restantes formas do cómico é a sua independência em relação à dialéctica e a ausência de qualquer função social. Trata-se, portanto, de uma categoria intrinsecamente enraizada na personalidade, fazendo parte dela e definindo-a até.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Arrumados os fatos de Carnaval...

O Carnaval tem um tempo... um tempo que já se foi!

Deixa um sabor a pouco, fruto do tanto que ainda tínhamos para brincar!

Para muitos, este é um tempo de reflexão. Testemunha desta passagem da folia ao recato é a QUARTA-FEIRA DE CINZAS.

A quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da Quaresma no calendário cristão ocidental. As cinzas que os cristãos católicos Apostólico Romano recebem neste dia são um símbolo para a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efémera fragilidade da vida humana, sujeita à morte.

Ocorre quarenta dias antes da Páscoa (sem contar os Domingos), ou seja, quarenta e quatro dias antes da Sexta Feira Santa, se quisermos contabilizar os domingos. Tal como a do Carnaval, a data de quarta feira de cinzas varia a cada ano, sendo calculada a partir da data da Páscoa.

Por curiosidade, aqui ficam as próximas 10 Quartas Feiras de cinzas... Agora, é só fazer contas!!!

2008 * 6 de Fevereiro
2009 * 25 de Fevereiro
2010 * 17 de Fevereiro
2011 * 9 de Março
2012 * 22 de Fevereiro
2013 * 13 de Fevereiro
2014 * 5 de Março
2015 * 18 de Fevereiro
2016 * 10 de Fevereiro
2017 * 1 de Março

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

HISTÓRIA DO PEQUENO CRÓ

A animação do Corso de Carnaval envolveu Monitores dos ATL, Professores das Áreas de Enriquecimento Curricular, elementos da Tenda e colaboradores da Junta de Freguesia.

O Pequeno Cró, e respectiva família, tiveram a companhia dos Pinguins, do Mamute, do Preguiça, do Tigre de Dentes de Sabre, de árvores e flores e de uma equipa de nuvens!

CARNIDE É CARNAVAL

As crianças das EB1 e dos JI da Freguesia prepapraram tudo para, e cumprindo a tradição, desfilar mais um ano no CORSO DE CARNAVAL, juntando-se-lhes os utentes da CERCI e dos Espaços Sénior.
Este ano (Ano Internacio
nal Polar), o Tema escolhido foi muito sugestivo:
BUSCA-POLOS: DA IDADE DO GELO AO PLANETA AZUL

Pinguins, Nuvens e Bonecos de Neve preparavam-se para alinhar no desfile, cujo início estava marcado para o Largo do Coreto, quando...
...o tempo traíu a iniciativa, parecendo inspirado na "Idade do Gelo"!

A chuva e o granizo teimavam em comprometer todo o investimento e trabalho dos professores, monitores, auxiliares, pais, alunos, autarcas e demais colaboradores!

Rapidamente foram tomadas decisões... e o Corso foi deslocado para o Pavilhão Polidesportivo do Bairro Padre Cruz!

Não há mau tempo que tenha poder sobre a alegria dos participantes!
Os grupos foram desfilando, participando nas animações, mostrando todo o trabalho que estava preparado!

O calor da concentração não conseguiu fazer derreter os Bonecos de Neve...


... e os animadores, mascarados a rigor, conduziram a apresentação da «História de Cró»... um menino da Idade do Gelo que veio até Carnide para assistir ao Desfile num tempo em que o Planeta é azul!

Foi um «CORSO» diferente... mas que não deixou CARNIDE "submerso" pelo mau tempo!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

DIA DOS NAMORADOS



Fazendo uma interrupção na linha de Carnaval... eis que chega o Dia dos Namorados!

Como se os namorados tivessem um dia... como se não fossem deles todos os dias!!!

A Associação de Comércio Sintra não deixou de assinalar esta data... e a TENDA esteve lá!

ROMEU e JULIETA saíram à rua! Os amores de outros tempos deram o mote!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Carnaval Português V - LOULÉ


Diz-se que o "Carnaval Civilizado" de Loulé data de 1906 e teve como principal mentor José da Costa Guerreiro. No início do século, esta ilustre figura da cultura louletana rumou a Anvers, na França, para efectuar um estágio de línguas e negócios. Durante os cerca de dois anos que esteve no estrangeiro toma contacto com as tradições e os hábitos de uma nova Europa e assiste, fascinado, à "Belle Époque", enquanto que Portugal vive escondido no canto da Península Ibérica.
Após regressar à sua terra natal, e "contagiado" pelos festejos que tivera a oportunidade de presenciar além-fronteiras, José da Costa Guerreiro transmitiu o que tinha visto por terras de França e os louletanos rapidamente se entusiasmaram com a ideia e em 1906, Loulé e os algarvios assistiam ao primeiro corso carnavalesco.
O primeiro Carnaval de Loulé saldou-se num êxito. A preparação do corso começou alguns meses antes da data dos festejos, com a eleição de diversas personalidades para integrar uma comissão promotora do evento e da qual faziam parte, para além do próprio José da Costa Guerreiro, Ventura Sousa Barbosa, António Carrapiço, Segurado Silva, entre outros.
O evento foi crescendo de popularidade, fama e interesse e em 1977 a sua realização passou a ser profissionalizada, passando a organização para a autarquia que, reeditando a tradição lhe foi introduzindo, ao longo dos anos, diversos melhoramentos, nomeadamente a temática dos corsos, a construção dos carros alegóricos de grandes dimensões, contratação de grupos de foliões, de artistas e convidados e a implementação de bailes que mais tarde se tornaram famosos, designando-se por "Bailes da Comissão".

Samba chega a Loulé
Talvez por influência da grandiosidade do Carnaval do Brasil, também chegaram a Loulé na última década o Samba brasileiro e o calor tropical, vividos ao som daquela contagiante música dançada por grupos de exóticas brasileiras que, em face da temperatura amena que se faz sentir, desfilam e dançam como se estivessem no Brasil.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Carnaval Português IV - OVAR

Organizado desde 1952, o Carnaval de Ovar é o maior acontecimento turístico da região, atraindo anualmente dezenas de milhares de visitantes.A preparação do Corso Carnavalesco envolve, durante todo o ano, os figurantes e suas famílias que executam, eles próprios, os trajes, as máscaras, as fantasias, os enfeites e os carros alegóricos, ricos de exotismo, criatividade e humor!
Em 1952, dá-se, a "domesticação" do Carnaval. Sonhou-se uma festa que cumprisse dois objectivos: a "institucionalização" da alegria carnavalesca e a exploração do Carnaval como cartaz turístico poderoso.
O Carnaval Sujo,
se não tivesse morrido às suas próprias mãos, vítima dos seus inevitáveis exageros, teria soçobrado as leis e regulamentos que foram aparecendo. Que calhas poderiam guiar, que fronteiras poderiam conter a guerra das terças-feiras? Era impossível! O fim de festa era nuvens de vários pós, do carvão ao ocre, do cré a serradura e nada ficava como era, onde e quando a orda dos "combatentes" passava. Durante mais ou menos 60 minutos, isto é, entre dois toques da sirene dos bombeiros, instalava-se no centro da vila (a cidade já não conheceu esta farra) a mais completa, nevoenta e barulhenta anarquia. Dos camiões rolando, derrapando, grunhindo, chiando – uns para cima, outros para baixo, uns de frente, outros de lado ou de marcha a trás –, chovia preto, jorrava amarelo, chispava branco e tudo se misturava no ar empestado de perfumes a condizer para cair de chofre ou lentamente, em cartuchadas pesadas ou em baforadas suaves, sobre os beligerantes e apanhando pelo caminho fugitivos pouco lestos e neutrais distraídos.
Portanto, em 1952, nasce o Carnaval organizado. No ano seguinte, o êxito repetiu-se de tal maneira que, em 1955, o Carnaval vareiro, na terça-feira, "deslocou-se" ao Porto, onde participou no Corso dos Fenianos. Estava lançada, em termos nacionais, a "grande festa vareira" também apelidada de "VITAMINA DA ALEGRIA". Cumpria-se um dos desígnios da "oficialização" do Carnaval de Ovar, que, em 1964, foi premiado pela Câmara com a deliberação de considerar a terça-feira de Carnaval como dia de feriado municipal.
Em 1961, "ventos progressistas" chegam ao Entrudo e, pela primeira vez na sua história de quase 10 anos (até 1952 foi a "pré-história"), a Rainha do Carnaval foi uma mulher "propriamente dita", isto é, adoptou-se, também no Carnaval, a "regra geral", a normalidade, que substituiu o uso de o Rei casar com uma Rainha-Homem.
Ano após ano, a norma ganha terreno e o Carnaval segue entre barreiras e vedações, rege-se por regras e convenções. A espontaneidade, o inventar hoje para usar amanhã, vão dando lugar ao planeamento. A estratégia é necessária uma vez que se investem somas já consideráveis.
Pela primeira vez, em 1963, o "corso" sai nos dois dias grandes do Entrudo: Domingo e Terça.
António Salvador – filho de um dos mais carismáticos foliões da década de 50 – ascende ao "Trono" em 1970 e faz 14 reinados, em séries intervaladas por algumas "usurpações". Foi o maior e morreu de ceptro na mão e coroa na cabeça, como compete a qualquer rei que se preza.
A década de 80 é a década marcada pelo aparecimento do samba no Carnaval Vareiro.
A "Costa de Prata" sai, como projecto de escola de samba, em 1983. No ano seguinte, é a primeira pronta e acabada. Foi um êxito, que marcou irremediavelmente o Carnaval Vareiro.
Há quem diga que o aparecimento da "Costa de Prata", define a passagem, na história do entrudo vareiro, da idade moderna para a contemporânea, caracterizada, fundamentalmente, pela ditadura do samba, que se expandiu como epidemia incontrolável. Em 1989 são seis as Escolas de Samba a desfilar no nosso Corso.
Continuamos, até hoje, a resistir à integração de figuras públicas no nosso Corso que, supostamente, viriam abrilhantar a nossa Festa dando-lhe mais visibilidade nos media, mas não conseguimos resistir ao ritmo contagiante do samba que parece correr nas veias de alguns vareiros como se no Brasil tivessem nascido.

(Fonte: carnaval.ovar.net/)

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Carnaval Português III - SINES

Uma notícia surgida na “Folha de Sines", datada de 15 de Fevereiro de 1926, narrava assim:
«Sines vai assistir a uma deslumbrante festa carnavalesca, que consta de uma recepção a suas majestades, o rei e a rainha de Maduralândia - dois verdadeiros maduros que nos visitam, envergando trajos típicos da região. Num grande cortejo percorrerá as ruas da vila indo suas majestades depor uma coroa de louros no pedestal do monumento a Vasco da Gama. Depois, haverá um “ foot-mão-pinha-ball” entre o “Tirate para lá não me tisnes“ finalista de Maduralândia, e o “Femina Baco clube” que se apresenta com cabelos à garçone».
O “grupo dos Carlos”
O Carnaval de Sines foi, durante muitos anos, um acto mais ou menos espontâneo da população e que consistia em cegadas, burricadas, e mascaradas, formadas por grupos de jovens assaltantes de varandas e janelas famosas das casas do centro da vila, armados de bagas de palmeira e tremoços, como munições, tentando ao mesmo tempo mascarrar as jovens casamenteiras de época.
Por volta de 1956, surge um grupo de jovens chamados “Os Carlos” e que era composto pelos nossos conterrâneos Carlos Vilhena, Carlos Manafaia, Carlos Lopes Paulo, Carlos Águas, Carlos Guê-Gué e Agostinho Cunha, entre outros, que se organizaram de forma a dar a estas manifestações de cariz popular uma estrutura mais sistemática. No ano seguinte, com a entrada para o grupo do Carlos de Vicente do Ó, Edmundo Prata, Manuel Vilhena e, mais tarde, António da Piedade, surge a 1ª comissão de Carnaval organizada para gerir os esforços dos trabalhadores que se disponibilizavam para a realização de cegadas e organização de bailes foliões, que nessa época eram levados a cabo em todas as colectividades da vila.

Carnaval dos nossos dias
É provável que o espírito de Carnaval fosse diferente nessa altura mas a dedicação presentemente, não é menor. Claro que a ideia de que o Carnaval podia ser coisa rentável e economicamente viável não passou pela cabeça destes nossos conterrâneos, porque o sentido que os movia era uma dedicação generosa destituída de interesse. Os carros são feitos com orgulho de artistas que competem uns entre os outros pela qualidade da sua obra pela originalidade das suas ideias, e pela dificuldade na execução do seu próprio trabalho. Era um desafio a que se impunham, (porque a maior parte das vezes o trabalho era nocturno, nas horas do seu próprio lazer), e contra os meios (porque em muitos casos as despesa corriam por conta própria).

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Carnaval Português II - MEALHADA

À semelhança do que acontecia em outras terras bairradinas, o Carnaval não passava despercebido entre as gentes do Concelho da Mealhada.
Vivem ainda algumas pessoas, embora já com idade avançada, recordando com saudades os Entrudos do seu tempo de infância ou juventude, com as rusgas de mascarados, as engenhocas partidas de Carnaval, os jogos próprios da quadra carnavalesca, exibidas por foliões nas ruas e nos bailes, as cartas anónimas com brincalhonas declarações de amor e os apupos nocturnos e os entremezes de rua como formas de crítica a situações sociais e comportamentos pessoais menos aceitáveis para todos os padrões da época.
Não falta também quem se lembre, pelo menos na Mealhada e em Sernadelo, da Festa do Galo, na manhã de Domingo Gordo, que consiste num desfile dos alunos de cada escola ou de cada turma até à casa da sua professora ou do seu professor para lhe oferecerem um galo. Esse galo era transportado num pequeno carro, muitas vezes construído expressamente para o efeito, engalanado com serpentinas e flores de mimosa. Era este, essencialmente o Carnaval.
A pouco e pouco, a tradição foi cedendo lugar à modernidade e às formas de viver o Carnaval. Surgiu um cortejo carnavalesco em 1914. Depois foram os festejos de 1957 e 1958. Em 1957, com um pequeno cortejo carnavalesco em que a principal componente era o grupo dos Escoceses e um desafio de futebol cómico entre os ditos Escoceses e jogadores do Grupo Desportiva da Mealhada. Em 1958, com outro pequeno cortejo e uma garraiada cómica, em praça de touros desmontável, dentro do campo de futebol da Mealhada.
Em 1970, um pequeno grupo de mordomos da festa de Santa Ana deliberou organizar na Vila da Mealhada uns festejos de Carnaval modernos, de grande envergadura, à semelhança do que então se fazia em Ovar. Constariam esses festejos da chegada do rei, de garraiada cómica e baile nocturno, no Domingo Magro, e de cortejos e bailes no Domingo Gordo e na Terça – feira de Entrudo. Como atractivo principal da festa foi garantida a participação de grande parte dos Estudantes Brasileiros da Universidade de Coimbra, com os seus ritmos de Samba. A população da Mealhada aderiu à ideia e os festejos fizeram-se.
No Domingo e na Terça – Feira de Entrudo de 1971, respectivamente nos dias 21 e 23 de Fevereiro, a Vila da Mealhada encheu-se de gente, vinda de todo o lado para ver os cortejos. Os Índios do Macacu, ou Macaca, como era conhecido deliciaram a assistência com os seus carros alegóricos, cómicos ou de critica e os brasileiros magnetizaram novos e velhos, com o seu samba, nos cortejos e bailes.
Estava demonstrado que o Carnaval da Mealhada tinha pernas para andar. E andar, melhorando de ano para o ano, até 1975.
Absorvidos pelas tarefas locais do processo de transformação política iniciado com a resolução do 25 de Abril de 1974, a maior parte dos membros da Comissão do Carnaval ficou sem tempo livre para a organização dos festejos carnavalescos. Por isso estes não se realizaram em 1976 e 1977. Ressurgiram em 1978, mas com algumas diferenças em relação às edições anteriores. Os estudantes brasileiros deixaram de frequentar a Universidade de Coimbra e, como consequência obviamente não puderam mais participar nos festejos carnavalescos da Mealhada. Em sua substituição formaram-se alguns grupo de samba Mealhadenses, incipientes ainda, é certo, mas já, com a noção do essencial da técnica, da dinâmica e do espírito de samba. Foi também neste ano que se acrescentou aos cortejos de Domingo e Terça-feira de Entrudo a chamada Festa do Vinho, com distribuição gratuita desta bebida aos espectadores dos cortejos, e foi rei do Carnaval, pela primeira vez, um actor de uma telenovela brasileira.
Com o decorrer dos anos, o número dos grupos de samba cresceu e cada um passou a dispor de mais componentes. Cresceu também a qualidade das suas interpretações musicais e coreografias, bem como o nível dos trajes que envergam.
O Ano Internacional da Criança, em 1979, fez nascer o Carnaval Infantil da Bairrada que já vai na sua décima sétima edição. Realiza-se todos os anos no Domingo Magro, com um cortejo de crianças e carros alegóricos próprios, e nele têm participado crianças de jardins de infância e escolas dos concelhos da Mealhada, Anadia, de Cantanhede, e de Coimbra. Houve um ano em que até tomou parte uma escola do Porto.
O Carnaval da Mealhada tomou forma, está enraizado na alma da gente Bairradina e é hoje um dos maiores festejos da Bairrada e da região centro de Portugal.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Carnaval Português I - TORRES VEDRAS


Tudo leva a crer que as facécias de Carnaval em Torres Vedras, tal como hoje o conhecemos, tenham emergido no rescaldo da luta dos republicanos contra a dinastia dos Braganças. A imponência das vestes reais em que se integram elementos de ridículo como o ceptro régio transmudado em corno ou o leque de Sua Sereníssima Alteza, a Rainha, alterado para abano de fogareiro plebeu, parecem credibilizar esta génese.A actual gesta do Carnaval de Torres, nascida em 1923 contem já os elementos distintivos que hoje permanecem : os Reis, as matrafonas, o cocotte, os carros alegóricos, os cabeçudos e a espontaneidade.

Surpreende, desde logo, a perenidade do modelo dos Reis, na sua composição (sempre dois homens, por razões que a tradição social explica), a sua pose sarcasticamente grandiloquente, os seus adereços desconcertantes e a sua afirmação como referência dos foliões.

As matrafonas, sendo hoje uma imagem de marca do Carnaval de Torres não são outra coisa senão um elemento sempre presente nas manifestações tradicionais do Entrudo em qualquer ponto de Portugal. Resultam duma sociedade que minimiza o papel social da mulher, especialmente numa época dada a exageros como é o Carnaval, e que, além disso, é escassa em recursos. Fácil era, então, recorrer ao baú das velharias das vestes femininas preservadas na família. Não se confundindo nunca com qualquer forma de travestti, as matrafonas ora satirizam alguns dos tiques femininos mais vulgarizados, ora dão uma visão da mulher, nem sempre inocente e nunca isenta, na óptica masculina.

Os carros alegóricos do princípio do século XX patenteiam já aquilo que são hoje : criatividade na sua concepção, carga satírica, valorização de elementos plásticos, animação das alegorias. Quase se pode dizer que a alteração mais significativa é a forma de tracção que vem evoluindo ao longo dos anos.
Não deixa de ser curioso que os cabeçudos – um elemento indispensável no Carnaval de Torres – apareçam nos primeiros documentos iconográficos. Originariamente feitos de pasta de papel nunca deixaram de engrossar, adquirir novas e mais diversificadas roupagens e de desenvolver o seu acompanhamento musical – sempre grupos de Zés Pereiras.
O Carnaval de Torres, assumiu desde logo o carácter espontâneo da sua participação, na tradição das manifestações de Entrudo em Portugal, cortando cerce a separação entre actores e espectadores que actualmente vinca quase todas as festas de Carnaval.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

OS CARETOS

Os Caretos fazem parte de uma tradição portuguesa muito, muito antiga, e os mais conhecidos são os de Podence e de Ousilhão (Trás-os-Montes), mas também os há noutras zonas, como em Lazarim, na Beira Alta.

Dizem que a origem da festa de Podence se perde nos tempos até às antigas Saturnais romanas – celebração em honra de Saturno, Deus das sementeiras.Procura-se acalmar a ira dos Céus e garantir favores de uma boa colheita. Nesses tempos idos da agricultura de subsistência, a diferença entre a vida e a morte quase se cingia à dimensão da lavra. E a dupla máscara acentua a relação, ao lembrar uma das duas importantes divindades romanas: Jano.
Deus do passado e do futuro e também do presente, senhor dos portões e entrada, da guerra e da paz e dono de todos os princípios. O filho de Apolo, que um dia partilhou o trono com Saturno e conjuntamente civilizaram os habitantes de Itália, levando-os a tal prosperidade que ao reinado chamaram era de ouro, é geralmente representado com duas caras por ser do passado e do futuro, e principalmente, por ser símbolo do SOL , que aparece de manhã e se esconde à noite.

Para os Caretos o Carnaval é um ritual entre o pagão e o religioso, tão natural como a passagem do tempo e a renovação das estações. Despedem o Inverno e saúdam a Primavera. Chegado o Mês de Fevereiro, os homens envergam os trajes coloridos (elaborados com colchas franjadas de lã ou de linho, em teares caseiros) escondem a cabeça entre duas máscaras de lata, prendem uma enfiada de chocalhos à cintura e bandoleiras de campainhas e despendem toda a energia do mundo para assinalar o calor e os dias maiores que se prestem a chegar.

A imunidade conferida pela máscara, permite aos caretos mergulhar nos excessos, sendo as mulheres solteiras as vítimas preferencias. Encostam-se a elas e ensaiam estranhas danças com conteúdo erótico, agitando a cintura e batendo com os chocalhos nas ancas das vítimas que, para bem do corpo acompanham a dança.

Desde 1985 os Caretos transmontanos percorrem um lento caminho que os levou de Norte a Sul do país e até a ultrapassar fronteiras para actuar na Disneilândia de Paris, no Carnaval de Nice, em França e no Carnaval de Viareggio, em Itália.
Sedutores e misteriosos, os Caretos guardam a magia dos tempos em que as histórias junto à lareira franqueavam a entrada em mundos de sonho. A eles tudo se permite; o anonimato dá-lhes prerrogativas, dá-lhes poder. Por dois dias no ano os homens são crianças e quem mais brinca mais poder tem.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

CARNAVAL DE PODENCE

Metamorfoses do diabo
Não há Entrudo sem tropelias. Em Podence, aldeia do concelho de Macedo de Cavaleiros, nada, ou quase nada, detém os bandos de Caretos que todos os anos saem para as ruas em desenfreadas correrias, perseguindo as moçoilas para as “chocalhar”.
Talvez mais do que em qualquer outro lugar, o carnaval de Podence é uma elegia do movimento. Nos dias grandes da festa — Domingo Gordo e Terça-feira de Carnaval — os Caretos só param para se dessedentar ou para combinarem mais uma investida sobre o Largo da Capela, a pequena praça da aldeia onde a gente do lugar e um punhado de forasteiros curiosos se juntam para assistir ao ritual.
E como em todas as culturas e latitudes onde se celebra a funçanata, o mote da agitação está impregnado de um desígnio de licenciosidade, feição que tem pai e mãe na dualidade profana e religiosa da tradição: tanto desvario serve para despedida do Inverno e para anunciar a chegada da Primavera (em Podence, os foliões costumam contar com a benção assídua do sol), por um lado, e, por outro, para marcar (em excessos que supostamente se filiam nas antigas saturnais romanas, festas de homenagem a Saturno, deus das sementeiras) o início da Quaresma, um período de contenção no calendário religioso cristão.
Recuperar o Careto
As poucas centenas de habitantes de Podence ainda colhem uma parte substancial do seu sustento da actividade agrícola, cereais e castanha, essencialmente, ainda que nos últimos anos a oliveira tenha vindo a ganhar terreno.
Nos difíceis anos da agonia do antigo regime e nos que se seguiram à revolução de Abril, a emigração sangrou uma boa parcela da população e o fenómeno teve as suas consequências tanto na dimensão das actividades agrícolas como na garantia de continuidade de tradições como as dos Caretos. Nos anos 70, conta-nos Rui Carneiro, da Associação de Melhoramentos e Festividades de Podence, não deveria haver na aldeia mais do que dois ou três fatos de Caretos.
Em meados dos anos 80, com o regresso de alguns emigrados, a tradição das correrias retomou o fôlego antigo — embora “o Careto seja hoje mais manso” — e as ruas da aldeia voltaram a imergir na babel de mais de quarenta figuras endemoninhadas aos saltos por todos os cantos. A antecipar a continuidade da tradição, os Facanitos, crianças vestidas também com os inconfundíveis fatos de retalhos de lã e com máscaras de latão tentam imitá-los com as suas trôpegas e inconsequentes corridas.
Nas festas do Entrudo, é a máscara que confere todo o poder. Às iras dos Caretos endiabrados ninguém se atreve a opôr-se. Apenas as Matrafonas (raparigas disfarçadas de homens, ou vice-versa) são poupadas à sumária justiça carnavalesca, assaz singular no caso da aldeia transmontana: os demónios mascarados lançam-se ao assalto das moças e, encostando-se a elas, ensaiam uma dança um tanto erótica, agitando a cintura e fazendo embater os chocalhos que trazem pendurados contra as ancas das vítimas. Rápido se aprende o que há a fazer: não resistir e deixar o corpo ser levado no balanço do ritual, a única forma de amenizar as nódoas negras.
E como a violência de outrora apenas sobrevive nas histórias que os mais velhos gostam de contar — o Sr. Diniz, Careto aposentado com 80 anos, recorda que “os Caretos agora são mais meiguinhos, antigamente puxávamo-lhes pelas barbas...” — , toda a função se leva a cabo entre o alarido festivo dos chocalhos e as risadas divertidas das vítimas. Antigamente, era outra louça. As raparigas apenas saíam à rua furtivamente, já que a punição era brava. O chocalhar ritual, ainda que mais apurado, era só uma parte da pena. Havia também a chuva de cinzas e de outros objectos e dejectos menos nobres, ou ainda a fustigação com uma pele de coelho seca ou uma bexiga de porco previamente “colocada no fumeiro como os salpicões”.
Particularmente cruel era o banho de formigas bravas que os Caretos recolhiam em sacos de formigueiros que iam identificando meticulosamente nos campos próximos meses antes. Este costume bárbaro — mas seguramente muito divertido a avaliar pelas gargalhadas prazeirentas dos Caretos que o descrevem — foi abandonado há muito, mas há alguns anos atrás lembrou-se um Careto de o ressuscitar. Em má hora, que a autoridade paternal a pesado castigo o condenou.
Outras tropelias caídas em desuso incluíam invasões intempestivas das casas e o consequente destempero da paz doméstica, incluindo o virar dos potes que ao lume ferviam o manjar: ficavam os da casa sem comer e partiam os demónios aos gritos em busca de mais vítimas. Um dos Caretos não esconde uma proeza recente: no meio da balbúrdia deu-lhe para partir uma vidraça e assim soltar o fecho da porta: não é que do outro lado se escondia a moça que havia que chocalhar?
Na investida bárbara que faz ecoar por toda a aldeia o alarido dos chocalhos e o tropel surdos dos passos, os Caretos levam tudo pela frente, indistintamente. É um modo de dizer: por detrás da máscara de latão os olhos em fogo procuram muitas vezes, confessam, “as moças mais apetecidas”, as da terra ou as que de fora vêm — ainda que inadvertidamente — para o sacrifício. “É preciso recuperar o Careto mau, se não isto perde a graça”, oiço como uma espécie de aviso e de declaração de que o politicamente correcto aqui como nos contos de fadas pode ter um efeito mortal.
Outras vítimas conformadas destas tropelias são os possidentes das adegas da terra. Reconhecidos pelo bando alucinado, são feitos reféns e arrastados para as ditas onde não lhes é deixada outra alternativa senão a de aliviar a sede aos seus luciferianos raptores.

O pregão casamenteiro
Tal como em Lazarim, outra aldeia transmontana, localizada já perto das terras beirãs, ao sul de Lamego, a catarse licenciosa realiza-se também na modalidade verbal. No Domingo Gordo, armam-se os diabos em alcoviteiros e vai de proclamar pelas ruas estremunhadas do povoado os casamentos arquitectados pela sua engenhosa maldade: “À mais proventa dá-se-lhe o mais atrasado”. Por outras palavras, unem-se acintosamente os opostos.
Munidos de um embude — amplo funil que serve para verter o vinho —, enlaçam em fictício noivado rapazes e raparigas de discordantes e inconciliáveis génios e feitios, uma forma de sublinhar publicamente a censura a certas idiossincrasias. Por detrás das janelas, as moças escutam o que lhes coube em sorte e sabem que no dia seguinte não poderão recusar a visita do “noivo”, o qual de manhã cedo lhes há- de “bater à porta para lhes dar um abraço e tomar o pequeno almoço”. Se algum desagrado se gerar nos íntimos mais delicados, manda a tradição que se calem as queixas.
Não costumam estas farsas prover assunto sério que termine no altar verdadeiro, mas se a fortuna estiver do lado do moço podemos imaginar que lhe põem na mesa prato e alfaias para os manjares de Entrudo. Venham então os enchidos, o salpicão dos ossos, o pé de porco, o “azedo”, bexiga de porco cheia de uma massa semelhante à da alheira, tudo regado com o vigoroso vinho transmontano.
Há-de o ímpeto recompor-se com tão farto passadio, o que para o moço, se Careto for, é acha requerida para a fogueira da festa. O dia seguinte, Terça-feira Gorda, mergulhará de novo a aldeia numa vertigem de correrias e travessuras que só acharão o seu termo quando a noite cair e os demónios enfarpelados de fatos de franjas de cores vivas se cansarem de subir varandas, de trepar aos telhados, de ziguezaguearem pelo Largo da Capela e de dançarem uma estranha e breve dança erótica que faz misturar o tilintar das chocalhos com o riso copioso e exuberante das raparigas.

Humberto Lopes, in http://www.bragancanet.pt/arte/podence.html

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

MÁSCARAS E FANTASIAS

As máscaras de carnaval eram já usadas nas lendárias festas Dionisíacas, orgias colossais em homenagem a Dionísio, deus da metamorfose provocada pela embriaguez com o sangue da terra (o vinho), estado em que se acreditava que os humanos eram arrebatados pelo deus e transportados para o seu reino por meio do êxtase, tornando-se diferentes do que eram no mundo quotidiano. Os devotos de Dionísio caíam semidesfalecidos após a dança ritual e nesse estado acreditavam sair de si numa espécie de "mergulho" no próprio deus através do entusiasmo. Nas cerimónias para Dionísio usavam-se máscaras porque se acreditava que, assim, ele estaria presente entre as pessoas durante a festa.
A partir da Renascença, o Carnaval espalhou-se por Nice, Roma e Veneza, dando às fantasias o carácter jocoso de rebeldia e provocação às autoridades e às leis.
Fantasias e máscaras de Pã, gárgulas, ninfas, sereias, demónios, astros e feiticeiras, eram comuns.
Na Idade Média predominavam, nos festejos de Carnaval, aS batalha de confetes pelas ruas, os mascarados e as fantasias.
O baile de máscaras ganhou força e tradição no século XVI por causa do sucesso da Commedia dell'Arte.
As mais famosas máscaras eram as confeccionadas em Veneza e Florença e muito utilizadas pela nobreza do século XVIII como símbolo de sedução.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Breve Cronologia do CARNAVAL

4000 a.C.
Festas agrárias realizadas no antigo Egipto em devoção a Osíris

605 a 527 a.C.
Oficialização do culto a Dioniso na Grécia, com bacanais e vinho


século V a.C.
Referências de cultos semelhantes ao de Dioniso entre os Hebreus, a Festa das Sáceas; entre os Babilónios, a festa da Deusa Herta


186 a.C.
O Senado Romano reprime os bacanais, festas em homenagem a Baco, o Dionísio dos Romanos, pois geram desordens e escândalo


325 d.C.
O Concílio de Niceia institui forma de cálculo da data da Páscoa, determinando que a Quaresma se inicia 40 dias antes


590
O Papa Gregório I, cria a expressão dominica ad carne levandas, sucessivamente abreviada até a palavra Carnaval


Idade Média
Os franceses comemoravam o Carnaval com sexo e vinho. Em Itália fazem-se cortejos e as pessoas divertem-se com batalhas de água, ovos, etc. A Europa divide-se em países que encaram o Carnaval como celebração religiosa e países em que o Carnaval é a festa da gula, do vinho, da música e do sexo


1464
O Papa Paulo II incentiva o Carnaval de Veneza na sua vertente religiosa, mas o Carnaval continua a ser visto como um período de permissividade associado ao uso das máscaras transformadoras, alegorias e fantasias


1723
Portugueses introduzem celebrações do Entrudo no Brasil



(fonte: comezainas.clix.pt/temas/carnaval/nomundo.asp)

domingo, 4 de fevereiro de 2007

FEVEREIRO É MÊS DE CARNAVAL

As origens do Carnaval são obscuras e sobre ela há várias versões.
Teria nascido na Europa e se propagado pelo mundo, levado por gregos e romanos e depois pelos colonizadores portugueses, espanhóis, franceses e holandeses para países e continentes onde diferentes povos o adaptaram às suas próprias culturas.
Não se pode afirmar, também, com certeza, qual é a origem da palavra, mas existem duas versões mais aceites quanto ao seu significado:
  • A primeira afirma que a palavra Carnaval vem de carrus navalis, os carros navais com enormes tonéis de vinho que durante as Bacanais, festas em honra a Baco (deus dos ciclos vitais, da alegria e do vinho, conhecido entre os gregos como Dionísio), era distribuído ao povo em Roma.
  • A segunda variante atribui-lhe origem religiosa, com significado quase oposto ao de diversão, brincadeira e malícia a que a associamos hoje em dia. Segundo esta versão, o termo "carnaval" teria origem no latim carnevale, significando "suspensão da carne". O papa Gregório I, o Grande, transferiu em 590 d.C. o início da Quaresma para a quarta-feira anterior ao sexto domingo que precede a Páscoa. Ao sétimo domingo, denominado de "quinquagésima" deu o título de dominica ad carne levandas, expressão que teria sido sucessivamente abreviada para carne levandas, carne levale, carne levamen, carneval e carnaval, todas variantes de dialetos italianos que significam a ação de retirar, suspender, portanto "retirar a carne" da dieta. Carnaval seria, portanto, a designação do período imediatamente anterior ao jejum de carne por 40 dias. Os cristãos costumavam iniciar as comemorações do Carnaval na época de ano-novo e festa de Reis, intensificando-as no período que antecedia o último dia em que os cristãos comiam carne antes da quaresma, que prepara os fiéis para a Páscoa. Durante a Quaresma também havia abstinência de sexo e diversões como circo, teatro ou festas, estendendo o sentido da suspensão da carne aos prazeres considerados carnais. Portanto, todos tratavam de aproveitar ao máximo até o último dia, que ficou conhecido como "terça-feira gorda". O Carnaval termina com a penitência na Quarta-feira de Cinzas, que dá início à purificação do corpo e da alma pelo prolongado jejum de quarenta dias, restabelecendo, desse modo, a ordem rompida pelo desregramento da festa.

Na verdade, as celebrações carnavalescas são mais antigas do que a religião cristã e incorporaram muitos símbolos e significados ao longo da história dos povos. Há referências a festas semelhantes realizadas por vários povos agrários, como entre os egípcios (e sua festa em louvor à deusa Ísis e ao boi Ápis), entre hebreus, babilônios (com a festa das Sáceas, que durava cinco dias nos quais reinavam a licença sexual e a inversão dos papéis entre senhores e servos), entre os antigos germânicos (com a festa oferecida à deusa Herta). Durante essas festas homens e mulheres comemoravam o fim do tempo ruim do inverno - que destruía as plantações, afugentava a caça e os prendia aos abrigos - e o início do tempo bom, com a volta do calor do sol, a chegada da primavera, das flores e da fertilidade da terra, cantando e dançando para expressar sua alegria e afugentar as negativas forças do frio e da escuridão que prejudicavam o plantio.

Texto de Rita Amaral

antropóloga do Núcleo de Antropologia Urbana da USP, doutora em antropologia social

sábado, 3 de fevereiro de 2007

O CARNAVAL ESTÁ QUASE A CHEGAR


QUE BELA VACA!!!!




Uma inspiração na Pintura Facial

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

AS MENINAS GOSTAM DE BORBOLETAS


quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

OS MENINOS GOSTAM DO SPIDERMAN