quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Modelagem de balões

VAMOS FAZER UMA GIRAFA


segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Modelagem de balões

VAMOS FAZER UM CÃO






sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

DOM ROBERTO * OS ENREDOS

“Nos finais dos anos 50, ainda os fantocheiros populares calcorreavam terras portuguesas por festas e romarias, divertindo o povo de pequenos e grandes que acorria a ver os seus espectáculos. Os pequenos bonecos de madeira e trapos bailavam caprichosamente ao som dos gritos estridentes produzidos pelo fantocheiro e tudo terminava invariavelmente pela tradicio nal cena de pancadaria, para grande alegria do público.Hoje, o Teatro Dom Roberto é apenas uma imagem feliz da infância de alguns, um traço de vivo de uma preciosa herança cultural que se vai esvaindo com os tempos da “modernidade”."
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Fonte: Teatro de Marionetas do Porto

O Barbeiro

No dia do seu casamento, Dom Roberto decide ir ao barbeiro fazer a barba. Ao longo de muitas peripécias o barbeiro executa a sua tarefa e finalmente apresenta-lhe a conta. Dom Roberto recusa-se a pagar. Travam-se de razões, lutam e Dom Roberto acaba por matar o barbeiro. Vem a Morte buscar a vítima e pretende também levar Dom Roberto consigo. Luta de vida ou de morte que Dom Roberto, naturalmente, vence, matando a própria morte.


A Tourada

Não contendo propriamente um enredo dramático, esta peça descreve-nos as diferentes fases de uma Corrida de Touros à Portuguesa, com os seus personagens típicos: o campino, o toureiro, o cavaleiro e , claro, o touro.


Fonte: Teatro de Marionetas do Porto http://www.marionetasdoporto.pt

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Teatro de Robertos Português




Originário da tradição europeia de marionetas de luva, que se julga ter tido a sua génese no Polichinelo da Comédia Dell’ Arte Italiana do séc. XVI, o Teatro de Robertos Português mantém as características próprias desta forma de Teatro tradicional. Tendo aparecido em Portugal no séc. XVIII, manteve-se quase inalterado até meados do séc. XX, altura em que entrou em decadência, muito por força da concorrência com formas mais contemporâneas de entretenimento popular.

O Teatro dos Robertos representa uma das tradições mais antigas das artes cénicas, não só na sua vertente portuguesa e europeia, mas também nos heróis populares do Oriente. De facto, não parece ser improvável que as tradições orientais tenham tido, de alguma forma, influência na evolução deste tipo tradicional de representação.

É durante o século seguinte que a deambulação de artistas, principalmente franceses e italianos, proporciona uma miscigenação neste tipo de teatro, estando a sua evolução intimamente relacionada com as especificidades culturais de cada país.

Interessa realçar a peculiaridade da ramificação, visto todas as personagens envolvidas possuírem “voz de palheta”. Em Portugal, o herói popular chega aos nossos dias com o nome de Dom Roberto, apesar de, no século XVIII, várias serem as designações para este teatro de fantoches. A prevalência deste nome está, porventura, ligada a uma comédia de cordel com grande repercussão, intitulada “Roberto do Diabo”, ou a um conhecido empresário de teatro de fantoches, Roberto Xavier de Matos. No entanto, apesar do teatro dos Robertos ter conhecido um assinalável êxito até, sensivelmente, à década de sessenta do século XX, não só através dos pavilhões que incorporavam as feiras e as romarias como também nas praias e cidades, sobrevive, hoje em dia, graças aos testemunhos que chegaram até nós de uma forma fragmentária e até mesmo controversa, deixados pelos mestres bonecreiros. Curiosamente, os bonecreiros adoptando, igualmente, uma vida de itinerância individual, pelas praias feiras e cidades do nosso país, divertem gerações de crianças.


Fonte: Fundação da Juventude http://www.brinquedossemfronteiras.com

domingo, 21 de janeiro de 2007

PROJECTO «CARNIDE LEITOR»



O Projecto «Carnide Leitor» surge como resposta da Associação Tenda ao desafio lançado pela Senhora Ministra da Cultura, aquando do seu discurso de apresentação do Plano Nacional de Leitura, em Junho último, onde vinculou como ambição que este Plano “(…) se torne prioridade de toda a sociedade portuguesa(…)”, estando o cumprimento dos seus objectivos dependente do “(…) envolvimento dos vários sectores sociais (…)”.

Sendo uma Associação dedicada à cultura, a Tenda não pode nem quer deixar de corresponder a este desafio. A formação de público leitor é também da responsabilidade das instituições dedicadas às Artes de Palco, que utilizam o domínio da palavra como uma das suas mais-valias na interacção.

A esta acresce outra razão de peso para a construção do Projecto que agora se apresenta: o não domínio da Leitura é, sem qualquer dúvida, nos dias de hoje, um factor de exclusão social. A Tenda considera que pode ter um papel a cumprir na prevenção à exclusão social, sendo este um dos seus princípios de acção, e que, dentro do quadro colocado pelo Plano Nacional de Leitura, tem meios e vontade para agir.

O Projecto «Carnide Leitor» pretende organizar instrumentos de acção concertada na comunidade de Carnide que se constituam como resposta ao desafio de desenvolvimento de mais e melhor público leitor.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

PERFORMANCE versus HAPPENING

A Performance é uma modalidade das artes visuais que, tal como o happening, apresenta ligações com o teatro e, em algumas situações, com a música.

O desenvolvimento da performance como modalidade artística deu-se durante a década de 1960, a partir das realizações do grupo Fluxus e, muito especialmente, pelas obras do artista Joseph Beuys. Numa de suas performances, Beuys passou horas sozinho na Galeria Schmela, em Düsseldorf, com o rosto coberto de mel e folhas de ouro, carregando nos braços uma lebre morta, a quem comentava detalhes sobre as obras expostas.

A Performance difere do happening por ser mais cuidadosamente elaborada e não envolver necessariamente a participação dos espectadores. Assim, como geralmente possui um "roteiro" previamente definido, é passível de ser reproduzida fielmente, em outros momentos ou locais.

O happening (do inglês, acontecimento) é uma forma de expressão, que, de certa maneira, apresenta características das artes cénicas. Neste tipo de obra, quase sempre planeada, incorporam-se alguns elementos de espontaneidade ou improvisação, que nunca se repetem da mesma maneira a cada nova apresentação.

Apesar de ser definida por alguns historiadores como um sinónimo de performance, o happening é diferente porque, além do aspecto de imprevisibilidade, geralmente envolve a participação directa ou indirecta do público espectador. Para o compositor John Cage, os happenings eram "eventos teatrais espontâneos e sem trama".

O termo happening, como categoria artística, foi utilizado pela primeira vez pelo artista Allan Kaprow, em 1959. Como evento artístico, acontecia em ambientes diversos, geralmente fora de museus e galerias, nunca preparados previamente para esse fim.

Na Pop Art, artistas como Kaprow e Jim Dine, programavam happennings com o intuito de "tirar a arte das telas e trazê-la para a vida". Robert Rauschenberg, em Spring Training (do inglês, Treino de Primavera), alugou trinta tartarugas para soltá-las sobre um palco escuro, com lanternas presas nos cascos. Enquanto as tartarugas emitiam luzes em direcções aleatórias, o artista deambulava entre elas vestindo calças de jóquei. No final, sobre pernas-de-pau, Rauschenberg deitou água num balde de gelo seco preso a sua cintura, levantando nuvens de vapor ao seu redor. Ao terminar o happening, o artista afirmou: "As tartarugas foram verdadeiras artistas, não foi?"

Referências Bibliográficas:
Archer, Michael. Arte Contemporânea: Uma História Concisa. Tradução: Alexandre Krug e Valter Lellis Siqueira. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
Chilvers, Ian. Dicionário Oxford de Arte. Tradução:Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
Dempsey, Amy. Estilos, escolas e movimentos. Tradução: Carlos Eugênio Marcondes de Moura. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. 304 p.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

ESSE SER PALHAÇO * PARTE VIII

Dessa forma, em Contraste enfrentam o mundo, o público.



Simbolizam, então, a coragem de enfrentar o quotidiano, com todas as incertezas, com todas as hipóteses de errar, de ser ridículo, mas com perseverança grotesca. Com a simplicidade da ingenuidade, ele altera a verdade, fazendo-a poesia, transformando o desejo em realidade. O Palhaço não tem vergonha de ser humano, de se enganar, de falhar à primeira, à segunda... porque ele acredita que conseguirá e, pelo burlesco, pelo grotesco que todos nós somos, faz-nos acreditar que talvez nós também consigamos.

Esse ser Palhaço é o sonho de um dia, pelo humor, vencermos todos os medos, todas as agruras, vencer todas as convenções e mostrar que ser ridículo não é um pecado quando a humanidade vence. Podem rir-se dele, que ele não se importa, já que ele está acima de quem se ri. É ele que tem o poder de fazer uma flor chorar, é ele que tem um coração do tamanho do mundo...

Por isso, nos últimos tempos, o Palhaço tem saído do Circo e investido em novos campos. Simbolizados pelo nariz vermelho, que deixam como testemunho de esperança, como uma porta aberta para o sonho do futuro, encontramos os "Palhaços sem Fronteiras", "Os Médicos Palhaços"... ONGs que nas ruas, nos campos de refugiados, nos Hospitais, nos dão uma nova visão da humanidade. Eles usam o humor como pedagogia, como psicanálise,
como diálogo onde na maior parte das vezes só se encontra medo, ódio, dor e morte.

Naturalmente desvalorizados pelas instâncias oficiais, cinzentas, economicistas, globalistas, Sado-mazoquistas, estes Palhaços são a esperança a passear-se entre o terror, a vida contemporânea.

Como já escrevi em vários sítios, o humor é um excelente anti-depressivo, um conceituado analgésico, um importante factor imunológico, um exercício aeróbico. Para além da ginasticação dos músculos, da libertação de químicos naturais no corpo, é um "desentupidor" de mentalidades. Por tudo isto, é um perigo para o poder político, poder económico, poder...

Esta exposição não é nenhum perigo, antes uma humilde homenagem a esse ser, Palhaço tão amado e tão desprotegido, que já nos fez rir, sonhar muitas vezes.

Graças à colaboração generosa de setenta humoristas gráficos de trinta e três países, podemos fazer uma viagem nesse mundo de irreverências.

Símbolo de liberdade, símbolo do nosso ser grotesco, sabemos que enquanto houver um Palhaço vivo na Terra, a humanidade tem hipóteses de sobrevivência.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

ESSE SER PALHAÇO * PARTE VII

Associados a estes estão os adereços as indumentárias.

Os adereços e cenografias são exageradas no tamanho, incongruentes na função, o que nos leva aos artifícios de transformação do normal em humorístico. São eles a Deformação, a Incongruência, a Exageração, a Repetição e o Contraste.

Se já encontrámos e falámos dos primeiros quatro processos básicos do cómico, o Contraste, apesar de também estar presente nos gestos, na linguagem, surge com maior força no âmbito da imagem, na forma de apresentação, vestuário, máscara.

O Palhaço mais comum ou popular é o Augusto, o trapalhão que se evidencia pelos seus farrapos de múltiplas cores, os sapatos exagerados, o nariz vermelho. Ele contrasta irremediavelmente com a normalidade, mas mesmo dentro das incongruências circenses ele contrasta com outro Palhaço, o dito Cara Branca, o Palhaço Rico.

A diferença entre o pobre e o Rico não é só o contraste de aparências, mas também de comportamento. O Palhaço Branco veste roupa bem costurada, com aspecto distinto, apesar de não normal. Calças de balão, tecidos brilhantes, sapatilhas de ballet contrastam com o negligente Augusto. Tem bons modos, apela para a sua inteligência, em contraste com a esperteza do Augusto. É ele que normalmente conduz os diálogos e que põe a ridículo o comportamento do outro. Ele é o poder, é o representante das censuras castradoras da sociedade, da falsidade das aparências. Em contrapartida o Augusto, nas suas tentativas desajeitadas, na imperfeição da sua linguagem e dos seus gestos, é a rebelião, a liberdade que, depois de muitas quedas, muita pancada, consegue sempre triunfar. É o patinho feio a quem o público concede o prazer de amar e proteger com o seu riso.

Mas se há indumentárias diferentes, também há o caso da máscara, que é um jogo de reencarnações no outro eu, a passagem onírica para o mundo da liberdade da fantasia. Pela máscara se encarna a personagem, se veste a pele do novo ser.

A máscara do Palhaço Rico é essencialmente branca, sem nariz vermelho, cores moderadas. A do Augusto, por contraste, evidencia os olhos e a boca com grandes manchas brancas complementadas com outras cores que evidencia o grotesco da expressão. Neste caso o nariz vermelho é fundamental. (A importância desta máscara como caracterizadora do personagem, aliada a uma constante originalidade, fez com que cada palhaço procurasse uma identidade própria, e nunca repetindo a maquillage de outro artistas. Para isso existe um banco de dados com as diferentes máscaras usadas pelos caricaturistas de todo o mundo.)
Dessa forma, em Contraste enfrentam o mundo, o público.

(continua)

domingo, 14 de janeiro de 2007

ESSE SER PALHAÇO * PARTE VI

Descobrimos então que existem dois mundos no Palhaço, o Ser e a Máscara.


O homem pode ter uma vida infeliz e ter a profissão de palhaço, ou pode ser um indivíduo naturalmente comediante que explora essa característica na arte de Palhaço. Contudo, para separar de forma visível o Ser Quotidiano do Ser Cómico, desenvolveu-se, para além da indumentária específica, a máscara em pintura.

Se a máscara é um dos elementos identificadores, não é o único. Existem várias componentes que o especificam, podendo co-habitarem, ou individualizarem-se: os gestos, a linguagem, a indumentária e a máscara.

O Cómico do gesto pode viver em dois segmentos. Por um lado, os gestos burlescos, exagerados, como formas de andar, gestualização muito aberta, quedas, bastonadas e outros golpes pouco usuais. Não só a incongruência deles, assim como a repetição sequencial são artifícios deste tipo de comicidade. O grotesco destes movimentos está associado a um certo mundo cómico-carinhoso da infância, como o desequilíbrio dos primeiros passos, as quedas, o gozo da aprendizagem. O Palhaço, normalmente, após vários fracassos acaba por conseguir os seus intuitos, consegue ultrapassar as dificuldades através de alguma fantasia mágica.
Por outro lado, o Cómico do gesto também pode ser encarado por uma estrutura menos grotesca, mais mágica, a mímica. Esta é a arte do silêncio, é a comédia das irrealidades onde o público é obrigado a entrar no universo da fantasia, cruzando a realidade com o imaginário, criando novas relações entre os factos e as virtualidades. Vence então o cómico de situação, com predomínio da incongruência na lentidão dos gestos confrontados com o vazio do mundo. Mas se existe um vazio momentâneo, o Mimo, o Palhaço, preenche-o com a poesia do riso, com o silêncio do humor, ou com as palavras da irreverência.

A palavra nem sempre é usada, já que cria barreiras com o público de outras linguagens, de outras culturas. Mas quando se utiliza o cómico da palavra, usa-se o sistema de contraste, ou seja os disparates linguísticos: palavras mal pronunciadas ou mal utilizadas, exageros de pronúncia, emprego de termos com duplo sentido ou de oposição à acção...

Falámos já dos três principais processos básicos do cómico da representação. O cómico do gesto, da situação e da palavra.

Associados a estes estão os adereços, as indumentárias.
(continua)

sábado, 13 de janeiro de 2007

ESSE SER PALHAÇO * PARTE V

Com as gargalhadas, o público droga-se nas endorfinas necessárias para a regeneração da vida.

O Palhaço, ao longo das épocas, foi ganhando com o passar dos anos algumas características e perdendo outras, ao mesmo tempo que se vão desenvolvendo outros "primos" em actividade paralela. Creio que nessa estrutura paralela se encaixam bem as figuras da Comédia del Arte, com especial destaque para o triste Pierrot. No mesmo contexto estão as criações da comédia teatral e cinematográfica, com personagens de especial relevo como o Charlot, Totó, Bucha e Estica, Mr. Hulot ... para falar só em "criações" e não em nomes de comediantes.

Um dos momentos importantes na mistificação do Pierrot, e consequentemente do Palhaço, foi o Romantismo. O Homem não pode acreditar que possam existir indivíduos que encontrem no humor a resolução de todos os problemas; ninguém pode ser apenas feliz, só os idiotas, tontos ou loucos.

No dia em que a sociedade aceitar que o homem pode encontrar dentro de si a força, através do humor, para vencer todos os medos, para ultrapassar as contrariedades do quotidiano, desmoronam-se todas as muralhas, derrubam-se todos os ditadores, esvanecem-se todos os exércitos... Tem de existir infelicidade por detrás de qualquer máscara do riso. O Poder necessita da tristeza, do medo...
O Romantismo deu-lhe essa energia mística da tristeza para além da felicidade, inventando o Palhaço que ri por fora, que faz os outros felizes, quando no seu interior a alma chora na sua miséria humana.

Essa imagem ficou magistralmente escrita na pauta da ópera "Paglacci" de Leoncavallo. Se essa tragicomédia lírica é um ícone do Palhaço romântico, a área do Tenor, "Vesti la giubba" é a conceptualização desse amor/dor, desse humor/desespero, dessa alegria/tristeza... dessa tragédia que é o dia a dia. A vida tem de existir sempre numa dualidade de confrontos.
O celebre palhaço russo Oleg Popov descreve deste modo a sua incarnação como Palhaço: "o meu objectivo é entrar na pele da personagem de um homem vulgar, que combine organicamente excentricidade e realismo".

Descobrimos então que existem dois mundos no Palhaço, o Ser e a Máscara.

(continua)

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

ESSE SER PALHAÇO * PARTE IV

Regressando à história breve do Circo.

As primeiras notícias de espectáculos oficiais de funâmbulismo em Portugal são de 1596. E, no sec. XVIII, com a construção do Teatro do Salitre, encontramos a primeira estrutura fixa ligada às artes circenses.


A estrutura do Circo Moderno, apesar de ir recuperar todo o lado exótico das barracas de fenómenos das Feiras, vai renascer de um novo enquadramento nas exibições equestres. É imputada ao inglês Philip Astley, nos anos 70 do sec. XVIII, essa reconversão de habilidades a cavalo num espectáculo, enriquecido com outros artistas acrobatas.

Entretanto havia um moço de estrebaria que era muito desajeitado e provocava frequentemente problemas no apoio aos espectáculos, para grande gáudio do público. Chamava-se Augusto, e o Director do espectáculo, ao ver que o moço poderia ser uma mais valia para o sucesso do show, explorou esse lado de comicidade. Assim nasceu o Palhaço do Circo Moderno.

O Circo conquistou o mundo pela sua magia de realização de coisas fenomenais, pelo seu lado de ilusão de liberdade, boémio e vagabundo, pela sua vertente lúdica de espectáculo, pela fantasia e sonho mistificados. Se o Circo parece ser uma porta de saída da rotina, é também a versão mais pequena da aventura. A ele está associado o medo de ir mais além, como as alturas, ou o confronto com animais.

Há um lado lúdico de perigo, e o público quando visita a tenda do Circo vive uma ansiedade, um medo que os artistas equilibristas, malabaristas caiam, se magoem, que o domador seja atacado... É o lado macabro do ser humano que deseja pôr o Homem à prova. Se ele vence é um triunfador, se perde, ganha-se pelo espectáculo do horror, regressando-se aos sentimentos dos Coliseus romanos.

Há também um lado erótico, sonhando muito jovem com as pernas das trapezistas, das partenaires, das domadoras... que vão o mais despido que os bons costumes permitam.

E finalmente há os palhaços que desconstroem a realidade, que abrem a janela do fantástico, levando o público adulto ou juvenil a fazerem um regresso à irreverência gaiata do riso salutar e livre de preconceitos. Com as gargalhadas, o público droga-se nas endorfinas necessárias para a regeneração da vida.
(continua)

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

ESSE SER PALHAÇO * PARTE III

E donde nasce o Circo?

Como tudo, tem antecedentes desde os primeiros passos da evolução da humanidade. E neste caso, este espectáculo, esta arte, está interligada à necessidade de exibicionismo deste género animal. Mostrar as capacidades físicas, de habilidade, de ilusionismo fora do comum aos elementos da sociedade, sem razões sexuais de acasalamento ou de poder. É apenas pelo prazer de se exceder, e se alguns desenvolveram essas capacidades apenas para circuito interno, outros transformaram-nas em espectáculo, como fórmula de prestígio.

Os chineses, que se dizem inventores desse espectáculo de malabarismos, têm registos que nos levam ao século III a.c., às "Batalhas contra Chi-chu", um confronto de acrobacias que o Imperador impôs como Festival anual a partir de 108 a.c.

Na Europa as raízes dessa diversão estão ligadas essencialmente à agilidade nas artes equestres. Os hipódromos gregos são as primeiras estruturas circenses, construídas para espectáculo. Os Jogos Olímpicos serão outra demonstração circense da antiga Grécia. Claro que os Romanos não só adoptaram estes jogos circenses como o desenvolveram, associando-lhes um lado lúdico mais violento, pelo sangue e excentricidade. Aí eram apresentados não só animais exóticos, como homens de outras raças, outras culturas...

Aliando-se a curiosidade humana à necessidade de diversão, as Festas populares desenvolveram outro género de espectáculo. Menos grandioso, mas ambulante, grupos de "saltimbancos" andam de terra em terra, feira em feira, a exibirem fenómenos da natureza, habilidades incomuns, truques de ilusão, malabarismos... tendo muitas das vezes personagens cómicos como elo de ligação.

O louco, o Bobo... são personagens irreverentes que com momices ou a exploração de "deformações" físicas (anões, corcundas) sempre tiveram uma liberdade especial de expressão. O escárnio, o maldizer, eram armas exploradas então na literatura; mas quando exercido em confronto directo com o público, provoca reacções negativas se for feito como crítica directa, podendo mesmo ser violento. Se essa crítica for transmitida com comicidade, a violência explode em gargalhada, matizando esse lado negativo.
O Homem sempre necessitou de exorcizar as dificuldades da vida com essas irreverências, razão pela qual se desenvolveram uma série de ritos, sendo o Carnaval o mais duradoiro e conhecido. Nessas festas do "mundo invertido", não se poupava nem o sacro nem o profano, o poder ou o mero quotidiano, indo mesmo até ao além-túmulo, com as Danças Macabras.
Regressando à história breve do Circo...
(continua)

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

ESSE SER PALHAÇO * PARTE II

Mas quem é esse ser, o Palhaço?

As referências mais antigas não falam do homem das cavernas que divertia os colegas com suas momices caricaturais de um dia de caça... Mas não se esquecem os historiadores de dizer que existiam homens especializados em fazer rir na corte do faraó Dadkeri-Assi do Egipto no sec. XXV a.c..

Na realidade, em todas as épocas, em todas as culturas vamos encontrar indivíduos com essas funções, porque desde que o homem tomou consciência da sua inteligência, do seu entorno, que a comicidade se impôs como um dos seus privilégios. Esses seres foram sacralizados por uns, consagrados por outros, sempre ligados a um jogo lúdico de saúde mental da sociedade.

Também a sua designação tem variado, segundo as línguas, as culturas, os tempos. Por exemplo pode referir-se a França onde tanto surge como Badin (na Idade Média), como depois como Claune, Cascaduer, Pierrot... As tribos ameringias tinham os Contrary, Hano, Koyemsi... em Bali, o Penasar, na China, o Chou... em Itália tanto podem ser Buffon, Cabotin, Harlequim, Zani, Pagliacci...
Paglacci é o termo que as línguas da Península Ibérica adoptaram para a sua língua.

A origem deste termo tem vários enredos; e um deles é que havia comediantes funâmbulos que escolheram para a feitura das suas vestimentas um tecido (riscado) que servia normalmente para fazer os colchões (Paglia), normalmente feitos de palha, e que para amortecer as quedas e outras tropelias mais violentas, eram acolchoados com palha. Daí surgiu a definição dos homens que se vestiam com Paglia, os Pagliacci, os Palhaços.

Outro investigador que li, diz que esse termo provem de uma palavra celta, que significava campónio, o que para o homem da cidade também significava desajeitado, rude, parolo, caricatural. Essa imagem do saloio leva-nos ao nosso Zé Povinho, também ele atreito a tropelias, a malabarismos de sobrevivência....

A evolução desta personagem viria a ser uma das peças fundamentais do Circo Moderno. E donde nasce o Circo ?

(continua)

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

ESSE SER PALHAÇO * PARTE I

Passeando pela net, um pouco ao acaso, descobrimos um texto muito interessante de Osvaldo Macedo de Sousa, publicado no seu blog, cujo endereço disponibilizamos:


Dia após dia, vamos aqui reproduzi-lo, certos de que o autor, cujo contacto não possuímos, não ficará magoado connosco pelo facto.



ESSE SER PALHAÇO * Parte I

O Homem é o animal político por excelência. Se muitas das características ditas dos políticos, como ser astuto, matreiro, sorrateiro, traiçoeiro... se encontram em animais, não passam de artifícios naturais de sobrevivência no equilíbrio do eco-sistema.

O Homem tem essas características, não por equilíbrio natural, mas por natural desequilíbrio. A humanidade atingiu um desenvolvimento de esperteza superior aos outros animais, e esse seu instinto batoteiro deu-lhe a primazia sobre a animalidade.

O mundo mais desequilibrado da mente doentia do Homem é o mundo dos conceitos, das palavras, das definições. Se ele cria uma definição, de imediato reorganizasse numa contra-definição; se ele concebe uma lei, de imediato a contra-argumentação engendra uma contra-lei... No Homo-Sapiens nada é definitivo, tudo transitário, segundo as conveniências do lado maligno do ser humano.

Palhaço é um desses conceitos de estereótipo e contra-estereótipo.

Símbolo de poesia, de humor, de felicidade infantil... é usado no dia a dia como um insulto:
– Oh Palhaço!
– Deixa-te de ser Palhaço!
– Acaba com essas palhaçadas e trabalha!
– Não passas de um Palhaço! ....

“Com muito gosto”, deveríamos nós dizer!!!É que Palhaço é uma nobre arte de entreter, de exorcizar a vida, e contudo insultam-no diariamente quando o confundem com os políticos, a política, o Parlamento, as "bestas" da sociedade.

E o mais grave é que não é apenas o homem comum que bestializa o Palhaço. Os profissionais do humor, como os caricaturistas políticos, caem muitas vezes nesse erro.
Dizer que Le Pen, Berlusconi, Bush... são palhaços, isso é crime de grave difamação a tão nobre gente do circo.

Esta má imagem do palhaço existe apenas por causa do lado perverso do ser humano. Ele ri do que tem medo e do mesmo modo procura exterminar aquilo que o desmascara perante o mundo dos seus pavores.

Se o humor é essa poderosa arma que o Homem tem para enfrentar cara a cara qualquer medo, também é algo que o poder tem de destruir como única forma da sua sobrevivência. Mas quem é esse ser, o Palhaço?
(continua)

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

PALHAÇOS DO MUNDO

UM PROJECTO DE SOLIDARIEDADE
UMA CAMINHADA NA EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO


Os PALHAÇOS DO MUNDO surgem da consciência da Associação Tenda no que respeita à sua responsabilidade civil, ao seu potencial educativo e ao compromisso social que quer, manifestamente, assumir na promoção e melhoria da qualidade de vida das populações, principalmente das que se encontram em menor índice de inclusão social.

Na caminhada que se propõe fazer neste sentido, a Associação Tenda articula, através dos PALHAÇOS DO MUNDO, acção com os MÉDICOS DO MUNDO, com quem estabeleceu protocolo de colaboração.

domingo, 7 de janeiro de 2007

TRADIÇÕES DO NATAL ORTODOXO


Na tradição ortodoxa, o Natal é festejado entre hoje e domingo. Os ortodoxos russos continuam a seguir o calendário juliano, criado por Júlio César em 46 antes de Cristo, e não o gregoriano.

Para os ortodoxos, o Natal não é uma festa com a importância que ganhou no mundo católico, tendo maior relevância a Páscoa. A festa do nascimento de Jesus é aqui encarada principalmente como uma antecipação da Páscoa.


A tradicional ementa constará de 12 pratos, um por cada apóstolo de Cristo.


A tradição ortodoxa impede que, por esta altura, se consumam carnes gordas, pelo que o cardápio vai basear-se sobretudo em pratos de peixe e em saladas de vários tipos. Da ementa, destaca-se uma salada com couve branca, salgada, e cenoura, cuja confecção demora três a quatro dias.

Na mesa de Natal não vai faltar igualmente o alho, que não será propriamente para comer, mas antes "para afastar as coisas ruins".


FONTE: Agência Lusa

7 DE JANEIRO * NATAL ORTODOXO

«Os calendários não nos separam...
Orientais e ocidentais estão unidos no mesmo Natal.»

Natal é Festa, animação, reunião.
Aconteça a 25 de Dezembro... ou a 7 de Janeiro.


Hoje, o Natal comemorou-se no Terreiro do Paço.

E a Tenda esteve lá!

sábado, 6 de janeiro de 2007

ANIMAÇÕES DE NATAL


A Junta de Freguesia de Carnide organizou as Animações de Natal para as crianças das Escolas de 1º ciclo da Freguesia.




A Tenda, em colaboração com a organização destas Animações, recebeu 6 grupos de crianças, durante 3 dias, propondo-lhes actividades divertidas que permitiram explorar o conceito de PERSONAGEM.


sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

PALHAÇOS DO MUNDO EM ACÇÃO



Os PALHAÇOS DO MUNDO colaboraram, no passado dia 2 de Dezembro, com os MÉDICOS DO MUNDO no lançamento do segundo volume do livro «Quem conta um Conto, ajuda um pouco», organizando uma animação com dois «Distintos Palhaços» na recepção às famílias que aderiram ao evento.


quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

CICLOS COMUNIDADE


AO TERCEIRO DOMINGO DE CADA MÊS, A TENDA ABRE À COMUNIDADE. LIVREMENTE, TODOS PODEM EXPERIMENTAR DIVERSAS TÉCNICAS: MAGIA * MALABARES * TRAPÉZIO * ESCULTURA DE BALÕES * PINTURAS FACIAIS

É ENTRAR, QUE O ESPECTÁCULO VAI COMEÇAR!



quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

HOY COMAMOS

ESPECTÁCULO DE INSPIRAÇÃO MEDIEVAL


REALIZADO NO JARDIM DO SEMINÁRIO FRANCISCANO DA LUZ NOS DIAS 28, 29 E 30 DE SETEMBRO DE 2006, CONTOU COM A PARTICIPAÇÃO DE 44 ACTORES, MÚSICOS, ANIMADORES E CORALISTAS, TENDO SIDO O PRIMEIRO ESPCTÁCULO DA ÉPOCA 2006-2007.

RECEBENDO CERCA DE 450 ESPECTADORES,


TIVÉMOS O PRIVILÉGIO DE ESGOTAR AS TRÊS SESSÕES.